Há um mundo secreto que começa quando a porta se fecha. Um universo inteiro que pulsa no escuro do quarto — e não, não é só sobre o corpo. É sobre a alma despida de censuras. É sobre as fantasias.
Fantasias não são promessas de indecência, como muitos pensam. São convites. À entrega. À descoberta. Ao brincar de ser outro, ou de se encontrar em um eu que só ousa nascer sob a penumbra e a cumplicidade de um olhar.
Há quem deseje ser dominado, outros preferem o comando. Uns se encantam com uniformes, outros com pés. Tem quem deseje ser visto, quem prefira ser escondido. Há quem sonhe com a seda nos olhos, outros com a ousadia da voz firme. Nenhum é mais estranho do que o outro. Nenhum é menos digno.
O fetiche é, muitas vezes, uma forma de liberdade. É o grito do desejo pedindo para viver. É a alma dizendo: “quero ser tocada de um jeito novo”. E quem se permite escutar esse grito, com respeito e entrega, vive mais inteiro. Mais conectado.
Claro, tudo com consentimento. Com diálogo. Com afeto. Porque o fetiche não é sobre performance — é sobre intimidade. Sobre verdade. Sobre deixar que o outro nos veja onde normalmente escondemos.
E cá entre nós: que sorte a nossa viver em tempos onde se pode falar disso com menos vergonha e mais curiosidade. Fantasias não são inimigas do amor. São aliadas da paixão. E quando bem vividas, elas não afastam. Aproximam. Intensificam. Aquecem.
Porque no fim, o que todo mundo quer mesmo é ser aceito com seus desejos. E amar — com tudo o que se é.
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Tá puxado, sim.
Tá puxado ser adulto consciente em meio a uma juventude largada, desinformada e hipersexualizada.
Tá puxado ver adolescente engravidando em roleta-russa de p@u, como se corpo fosse passatempo e gravidez castigo.
Tá puxado saber que festinha de aniversário agora tem “atração especial”: uma profissional do sexo contratada por menores de idade, como se fosse delivery — só que sem camisinha, sem consciência, sem noção.
Tá puxado ser mulher que insiste em falar de educação sexual e ainda ouvir que isso “incentiva a promiscuidade”.
Tá puxado ser mãe, professora, psicóloga informal, enquanto os adultos de verdade fogem da conversa difícil.
Preferem fingir que tá tudo certo. Preferem blindar a reputação do que proteger os filhos.
Tá puxado ver o silêncio onde deveria haver orientação.
Tá puxado ver adolescente aprendendo sobre sexo na pornografia, nos vídeos do TikTok, no grupinho de WhatsApp.
Aprendendo errado, sem respeito, sem proteção, sem preparo.
E depois a conta vem — com nome, exame positivo e trauma.
Mas aí é tarde.
Cadê o adulto disponível?
Cadê a escola que educa pra vida?
Cadê os pais que entendem que falar de sexo é salvar vidas, não estimular o ato?
Onde estão aqueles que deveriam ser os guias, os responsáveis pela formação moral e emocional dos jovens? Onde estão os que podem fazer a diferença com uma palavra, com um gesto, com uma orientação verdadeira e sem tabus? Porque, na real, sexo não é sobre proibição, é sobre escolha, é sobre consentimento, é sobre responsabilidade.
Falar sobre sexo é dar poder ao jovem para que ele faça escolhas conscientes, para que ele saiba o que fazer quando o corpo, a mente e os sentimentos se entrelaçarem. Falar sobre sexo é ensinar respeito, é ensinar limites, é ensinar o que significa estar de bem consigo mesmo e com o outro.
Mas enquanto o silêncio for a resposta, enquanto os pais se esconderem atrás do medo de perderem a autoridade, enquanto a escola fugir da conversa por medo de desconforto, estaremos criando gerações inteiras sem as ferramentas necessárias para lidar com as próprias emoções, com o próprio corpo, e com as consequências de suas escolhas.
A realidade bate à porta, e o que era para ser um aprendizado digno, saudável e responsável, se transforma em uma roleta russa de riscos e ignorância.
Cadê o adulto disponível? Onde estão as pessoas dispostas a enfrentar o desconforto do tema para salvar vidas, para proteger a saúde emocional e física de quem ainda está em formação? A ausência de educação sexual adequada não só expõe, como também destrói possibilidades de um futuro mais consciente, mais livre e mais seguro.
Seja o adulto disponível.
Seja a escola que educa para a vida.
Seja o pai ou a mãe que se atreve a conversar, a orientar, a proteger.
Porque se não formos nós, quem será?
Tem quem diga que sexo é só uma necessidade fisiológica. Algo mecânico, biológico, sem necessidade de envolvimento. Mas será mesmo?
O desejo pode até ser instintivo, mas o sexo, para ser verdadeiramente bom, precisa ser mais do que um encontro de corpos. Precisa de entrega, sintonia, respeito. E, acima de tudo, precisa ser desejado por ambas as partes.
Consentimento não é apenas um “sim” dito da boca pra fora. É um “sim” de corpo inteiro, de alma inteira. É quando os olhos brilham, a respiração acelera e o toque é bem-vindo. É quando não há medo, nem dúvida, nem obrigação. É quando o prazer é compartilhado, e não imposto.
E o sentimento? Ah, esse faz toda a diferença. Não precisa ser amor eterno, promessa de aliança no dedo ou juras de um “felizes para sempre”. Mas precisa, ao menos, de respeito e consideração. Sexo sem sentimento vira um ato vazio, um prazer que dura segundos e deixa um eco de nada logo depois.
O que torna o sexo inesquecível não é só a técnica, mas a conexão. É a liberdade de ser e sentir sem medo. É o toque que arrepia, o beijo que diz “te quero”, a respiração que se mistura. É o desejo mútuo, o respeito absoluto e a vontade de estar ali – e não em qualquer outro lugar.
Sexo bom não é só pele, é pele com verdade. Não é só fogo, é fogo com carinho. Não é só desejo, é desejo com escolha. E, acima de tudo, é sempre com consentimento.
Porque, convenhamos, se fosse uma questão de opção racional, quem escolheria lidar com masculinidade frágil, silêncio emocional e desculpas esfarrapadas? Quem, em sã consciência, optaria por decifrar mensagens subliminares, engolir promessas vazias e esperar atitudes que nunca chegam?
Mas a verdade é que gostar de homem não é escolha – é destino, é química, é algo que escapa da lógica e se aloja no desejo. É se apaixonar pelo jeito que ele ri, pelo toque que arrepia, pelo olhar que desarma. E, mesmo sabendo dos desafios, é permanecer porque o afeto é maior que a estatística.
Se fosse escolha, talvez a razão falasse mais alto. Mas o coração sempre teve o hábito de ignorar avisos e seguir caminhos imprevisíveis. No fim, amar – independente de quem – nunca foi sobre lógica. Foi sempre sobre sentir.
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A química é arrebatadora. É aquele olhar que prende, o toque que arrepia, a vontade incontrolável de estar perto. Ela acontece num instante, sem aviso, sem esforço. Mas, por si só, não sustenta nada. É fogo que começa forte, mas, se não houver combustível, vira apenas cinza.
Já a maturidade é o que mantém a chama acesa. Ela entende que paixão sozinha não constrói relação, que desejo sem compromisso se perde no tempo. É a maturidade que traz paciência para os dias difíceis, diálogo para os desentendimentos e respeito para as diferenças.
A química pode juntar dois corpos, mas só a maturidade mantém dois corações no mesmo compasso. Porque amar de verdade não é só sobre sentir – é sobre escolher, cuidar, permanecer.
No fim, a química é o que aproxima. A maturidade é o que faz durar.
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Sexóloga
Sexóloga, especialista em relacionamentos, professora de artes sensuais, ativista no combate à violência doméstica, colunista social e comunicadora de tv e rádio.