Seduzir é uma arte.
Há quem já nasça com esse dom brilhando na pele,
com um gesto que desarma,
com um olhar que atravessa a sala como se carregasse um segredo.
Outros aprendem — e não há vergonha nisso.
A sedução, diferente do que muitos pensam,
não é só privilégio dos naturalmente insinuantes.
É um jogo, um estudo, uma dança que se aprende com a vida.
É observação, é timing, é presença.
É saber entrar e saber sair.
É dizer tudo sem abrir a boca.
Van Gogh dizia que os olhos são janelas da alma.
Talvez seja por isso que a sedução quase sempre começa ali,
no primeiro segundo em que dois olhares se encontram
e silenciosamente perguntam: “Você também sentiu?”
Algumas pessoas são a própria sensualidade:
não fazem força, não ensaiam, não decoram.
Elas apenas são —
e o mundo se curva ao magnetismo natural que carregam.
Outras vão descobrindo caminhos:
imitam, testam, falham, acertam, vivem.
Porque sedução não é sobre perfeição,
é sobre autenticidade.
Seduzir é libertar a criança curiosa que existe dentro de nós,
aquela que brinca com o mistério,
que sorri com o inesperado,
que acha graça no jogo.
É troca, não captura.
É convite, não prisão.
É encanto, não encenação.
No fundo, todos nós sabemos seduzir —
e todos nós desejamos, no mínimo uma vez na vida,
ser seduzidos pela intensidade de um olhar
que nos faça esquecer do mundo
por alguns instantes.
E é aí que mora a verdadeira arte.

Sexóloga
Sexóloga, especialista em relacionamentos, professora de artes sensuais, ativista no combate à violência doméstica, colunista social e comunicadora de tv e rádio.