Larissa Lopes participa há dois meses e diz que melhorou coordenação motora e é acolhida por colegas.
Em meio a muitas mulheres que participam de uma aula de dança em uma academia de Florianópolis, Larissa Kliemann Lopes, de 42 anos, balança o braço no ritmo da música. Perto do palco, ela se diverte com as colegas e copia as coreografias da professora Diórgia Bressan.
Em um ambiente acolhedor, o fato de Larissa estar em uma cadeira de rodas não é obstáculo algum para que ela acompanhe as aulas. Cadeirante desde pequena, ela frequenta a dança há dois meses e conta o quanto a atividade faz bem para ela, tanto na parte física quanto para a saúde mental.
"Acaba que você se sente fora da cadeira mesmo estando nela", resume Larissa
Larissa, que trabalha na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, começou a fazer academia em 2019. "Conheci a dança através de um evento que teve na academia. Eu não dançava, eu era travada", relata.
A professora conta que o evento na academia teve todas as modalidades e Larissa participou da aula de ritmos. "Eu sempre tenho o hábito de abrir uma grande roda e fazer com que todos os alunos dancem junto comigo. Quando eu abri essa roda, eu percebi que os olhos dela ficaram brilhantes e mais vivos do que já estavam e ela abriu um sorriso para mim querendo dizer ‘nossa, que bom, a professora chegou mais perto de mim, trouxe a dança mais ao meu alcance’", relata Diórgia.
Depois, elas passaram a se falar pelas redes sociais. Foi onde Larissa demonstrou o interesse pela aula de dança. No início, foi preciso estreitar a relação e comunicação entre professora e aluna.
A relação entre o instrutor e o participante é fundamental, na avaliação de Larissa. "Não só a academia tem que ter a condição de receber um cadeirante como também o profissional tem que permitir ser desafiado a conhecer o que não é comum para ele".
"Eu a Diórgia temos isso. Ela me olha e eu já sei o movimento que eu tenho que fazer. Isso é muito importante também, é muito libertador, te dá confiança. A pessoa está ali e sabe que tu podes fazer", resume a aluna.
Diórgia conta que conversou bastante com Larissa para ver até onde ela se sentia confortável nas aulas. "Perguntei ‘Eu posso mexer na tua cadeira, eu posso me aproximar de ti e dançar contigo? Tu preferes ficar mais quietinha no teu canto?'".
Primeiramente, Larissa ficava realmente mais em um canto da sala, segundo Diórgia, mas isso mudou.
“Ela chega, ela vai para frente e ela dança. Dança, e dança muito, e canta. Eu tento adaptar e fazer a minha aula da melhor maneira possível para que ela se sinta feliz, para que ela se sinta à vontade dentro das possibilidades dela, e a turma inteira abraçou essa causa, a turma inteira a acolhe com todo o carinho”, conta.