Especialistas alertam que o uso de remédios falsos pode causar riscos à saúde, uma vez que não se sabe ao certo qual substância está presente no produto.
Em meio ao aumento do consumo de medicamentos para emagrecer, muitos pacientes têm relatado reações graves ao usarem canetas emagrecedoras falsificadas. Náuseas fortes, tontura, diarreia, vômito e enxaqueca são alguns dos sintomas.
As reações violentas que já levaram pessoas ao hospital são velhas conhecidas de quem monitora o mercado clandestino. Para especialistas, há um abismo entre o que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige para um injetável seguro e o que, na prática, vem sendo vendido como tirzepatida fora da rede regulada.
Os especialistas alertam que o uso de remédios falsos pode causar riscos à saúde, uma vez que não se sabe ao certo qual substância está presente no produto. Pode ainda causar contaminação se as seringas não estiverem estéreis. Além disso, no caso do Mounjaro, pode não controlar a glicemia de pacientes com diabetes.
Fabio Moura, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, afirma que não há garantia de que a substância presente nos medicamentos vendidos em clínicas seja realmente a tirzepatida, nem de que esteja na concentração correta ou tenha sido preparada de maneira adequada.
"Ao produzir esse tipo de medicamento é preciso seguir uma técnica rigorosa para evitar contaminação. Se isso não é respeitado, aquele frasco pode carregar vírus, bactérias ou fungos, e a pessoa acaba injetando isso no próprio organismo", explica o médico.