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Pesquisadores brasileiros desenvolvem hambúrguer de grilo. Você provaria?

Os estudiosos afirmam que o alimento possui benefícios para a saúde e o Meio Ambiente

Tubarão, 17/09/2023 11h41 | Atualizada em 17/09/2023 11h42 | Por: Redação | Fonte: HC Noticias

Um hambúrguer mais rico em proteínas, com propriedades antioxidantes, produzido a um custo menor e com um impacto ambiental reduzido - é assim que os cientistas brasileiros descrevem o hambúrguer de grilo. Pesquisadores de universidades de São Paulo e Mato Grosso colaboraram em um estudo que ressalta os benefícios de incluir farinha de grilo na composição deste alimento, trazendo melhorias para a indústria alimentícia e contribuindo para o combate à fome.

A professora doutora Patrícia Milano é uma das pesquisadoras envolvidas no projeto e é responsável pelo desenvolvimento da farinha de grilo, que serve como base para a fabricação do hambúrguer. Com um PhD em Entomologia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP), ela se dedica à pesquisa aprimorando farinhas de insetos como grilos e tenébrios molitores, conhecidos como bichos-da-farinha.

Embora o consumo de insetos ainda seja pouco comum no Brasil, a prática, conhecida como entomofagia, ganhou força há mais de uma década, após incentivo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Insetos como grilos, gafanhotos e larvas de besouro estão entre os mais utilizados na forma de farinha por indústrias e empresas de alimentos, como macarrão, biscoitos, chocolates e barrinhas de cereais, impulsionando a busca por alternativas nutricionais e ambientalmente sustentáveis.

A pesquisadora Patrícia explica que os insetos têm alto teor proteico, variando de 45% a 67%, além de capacidade antioxidante e uma notável eficiência na utilização de suas proteínas, chegando a 93%. A farinha de grilo, por exemplo, é uma excelente opção para enriquecer alimentos como hambúrgueres, salsichas, almôndegas e nuggets, oferecendo maior teor de proteínas. Além disso, a produção de alimentos à base de insetos demanda menos recursos hídricos, energia e espaço, tornando-se uma alternativa sustentável.

O próximo passo para os pesquisadores é buscar a aprovação dos órgãos sanitários para a produção em larga escala, enfrentando os desafios que esse setor ainda apresenta. No Brasil, cientistas também investigam a adição de farinha de insetos em produtos cárneos, como salsichas e hambúrgueres, como uma estratégia para combater a desnutrição e promover alimentos mais sustentáveis. A pesquisa continua avançando com a esterilização das farinhas e o desenvolvimento de protocolos de produção segura, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

 

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