Grupo criminoso atuava desde 2017 e explorava jovens brasileiras; oito pessoas foram presas no Brasil e na Irlanda
Uma ação conjunta da Polícia Federal e autoridades irlandesas resultou na prisão de oito pessoas suspeitas de integrar uma rede de tráfico internacional de mulheres. A ofensiva, denominada Operação Cassandra, foi deflagrada na quarta-feira (3) e teve desdobramentos em seis estados brasileiros e em Dublin, capital da Irlanda.
De acordo com as investigações, o grupo atuava desde 2017 e aliciava mulheres, principalmente em casas noturnas de Santa Catarina, prometendo oportunidades de trabalho no exterior. Ao chegar à Europa, as vítimas descobriam que seriam submetidas à exploração sexual em condições impostas pela organização. Até o momento, 70 brasileiras já foram identificadas como vítimas, a maioria ainda vivendo fora do país.
O delegado Farnei Franco Siqueira, responsável pela operação, explicou que a quadrilha possuía uma estrutura organizada, com integrantes responsáveis pelo recrutamento, transporte e controle financeiro. “As estimativas preliminares apontam que cada vítima poderia gerar até R$ 700 mil por mês em lucro para os criminosos”, destacou.
No Brasil, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão em Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso. Na Irlanda, três suspeitos foram detidos, além de apreensões em imóveis e estabelecimentos ligados ao esquema.
Além do tráfico de pessoas, os investigados também responderão por rufianismo, lavagem de dinheiro, crimes financeiros e tributários. Segundo a PF, os recursos obtidos eram dissimulados por meio de fraudes e operações ilegais.
A ação contou com apoio da Europol e da Garda National Protective Services Bureau, que deflagrou, simultaneamente, a Operation Rhyolite para investigar os mesmos crimes no território irlandês.