Um médico que atua em unidades de saúde de Jaguaruna, se envolveu em uma ocorrência policial nesta quinta-feira (5), e chegou a ser conduzido à delegacia algemado. De acordo com a Polícia Militar, ele teria estacionado seu veículo na contramão da via onde fica a nova unidade de saúde central.

Durante rondas, a guarnição constatou a irregularidade e aplicou a multa por infração de trânsito. O médico estava em atendimento no momento da ocorrência e foi chamado por um dos pacientes para conversar com os policiais. Ao sair, ele questionou o agente se já havia aplicado a multa, quando teve início uma discussão verbal. 

“Os veículos estavam estacionados de maneira irregular e, enquanto estavam fazendo o procedimento, saiu o médico do posto e começou a reclamar, desacatando a guarnição. Ele se alterou, sendo necessário ser contido. O médico foi levado à delegacia, assinou um termo circunstanciado e se propôs a participar de audiência do Poder Judiciário referente ao delito de desobediência, resistência e desacato”, explica o comandante da PM de Jaguaruna, 2º tenente PM Rafael Fernandes dos Santos.

O comandante destaca que a via tem registrado aumento no fluxo, e, por isso, irregularidades no estacionamento acabam chamando mais a atenção. O médico confirmou ter estacionado na contramão, porém, alega que apenas questionou o policial se ele já havia terminado de aplicar a multa e não considera que tenha desacatado a autoridade. 

“Questionei o policial se não podia estacionar na rua e ele disse que estacionei na contramão, apesar de ser uma rua sem saída. Foi quando ele me respondeu: ‘você não fez autoescola não?’ Respondi que estava no meu local de trabalho e saí para ver essa multa. Apenas fiz o seguinte comentário: ‘Jaguaruna tem tanta coisa pra fazer. Por que vocês não vão atrás de prender bandido, ao invés de multar um trabalhador?’. Foi isso que falei. Se isso é desacato, vou ter que pagar por isso”, conta o médico.

Quando perguntou o nome do policial que estava fazendo a abordagem, prosseguiu a discussão verbal, que resultou na contenção do médico com algemas. “Ele veio pra cima de mim, me colocou de costas, me algemou e fui jogado dentro da viatura como um bandido. Fui algemado com punhos para trás e me causou lesão corporal. Fiquei uns 15 minutos na viatura fechada e já estava ficando sem ar. Pedi para abrirem a porta e me deixaram mais um tempo lá”, relata.

O médico foi levado para dentro da delegacia e chegou a acionar um advogado. Após assinar o termo circunstanciado, foi liberado. Além disso, teria sofrido lesão corporal nos punhos e que irá consultar seus advogados para tomar providências. “Eu sou totalmente a favor da polícia, mas de uma polícia bem treinada e com um psicológico bom. Fui humilhado no meu trabalho. Meus pacientes ficaram esperando na unidade de saúde. Respeito as autoridades, mas os excessos têm que ser contidos”, afirma.