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SEGURANÇA

Mãe e filho são condenados por assassinato de pai em Criciúma

O crime da ex-esposa e do filho foi motivado por interesse financeiro, envolvendo o seguro de um financiamento bancário e a pensão por morte

Criciúma - SC, 11/10/2024 17h30 | Atualizada em 11/10/2024 17h22 | Por: Redação

Edson, de 43 anos, estava separado da ex-companheira há mais de um mês e pretendia oficializar a separação. Ele procurou auxílio jurídico e anotou os documentos necessários para o pedido de divórcio. No dia seguinte, retornou ao escritório com a documentação, momento em que sua mulher lhe enviou mensagens para que fosse pessoalmente buscar dois documentos que estariam na casa do ex-casal.

Mesmo receoso, o homem foi até a casa onde viveu por mais de 20 anos com a família, mas, ao chegar, foi brutalmente assassinado pela ex-esposa e pelo filho com 24 golpes de faca. O caso ocorreu em novembro de 2022 na cidade de Criciúma.

Os réus, mãe e filho, foram condenados por homicídio triplamente qualificado. A mulher recebeu pena de 18 anos de reclusão, e o filho, como tinha menos de 21 anos na data do fato (contava com 19 anos), foi sentenciado a 16 anos, ambos em regime inicial fechado. A sessão teve início na manhã de quinta-feira e foi finalizada na madrugada desta sexta-feira (12), após mais de 16 horas. 

De acordo com a tese apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio da Promotora de Justiça Greice Chiamulera Cristianetti, com o apoio da assistente de acusação, Aline Marques, o crime foi planejado para que mãe e filho pudessem obter vantagem financeira com a morte da vítima.

O objetivo deles era receber o valor do seguro de um financiamento bancário feito para a construção de um imóvel, pois o óbito da vítima quitaria o financiamento, além da pensão por morte. Os réus também sacaram o FGTS da vítima, recebendo mais de R$ 11.500 de verbas rescisórias, e ingressaram com a ação de inventário, que está suspensa até a decisão definitiva sobre o crime. 

O homicídio foi agravado por três qualificadoras. A primeira foi o motivo torpe, uma vez que o crime foi motivado pelo desejo de lucro financeiro. A segunda foi o emprego de meio cruel, visto que a vítima sofreu intenso sofrimento físico ao ser esfaqueada no tórax e no abdômen 24 vezes. Por fim, houve a traição, já que a mulher atraiu o ex-marido ao local sob o pretexto de entregar-lhe documentos, aproveitando-se da confiança que ele ainda tinha nela. 

"Hoje, depois de quase dois anos de um crime tão bárbaro e brutal, finalmente foi possível dar uma resposta à família, aos amigos e à própria memória do Edson. Infelizmente não é incomum termos homicídios e realizações de Tribunais do Júri, mas é, sim, incomum termos um caso tão vil como esse. O filho e a ex-esposa, com quem o Edson viveu 23 anos, colocaram um preço na vida dele, e isso é inaceitável. Hoje a sociedade criciumense pôde decidir que crimes, especialmente como esse, não são tolerados. Infelizmente a pena não foi, no sentir da acusação, suficiente para reprovar um fato tão grave, então iremos recorrer para que seja dada uma resposta à altura, confirmando com veemência a decisão dos jurados", relata a Promotora de Justiça Greice Chiamulera Cristianetti.  

Os réus, que já estavam presos preventivamente, tiveram negado o direito de recorrer em liberdade. O MPSC irá recorrer da decisão na busca de aumento das penas. 

 

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