As ações são frutos da Operação 'Tempus Veritatis' que investiga esquema de corrupção eleitoral envolvendo a compra de votos no município
Na tentativa de desarticular esquema de corrupção eleitoral envolvendo a compra de votos em Laguna, a Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC), por meio da Divisão de Investigação Criminal DIC, deflagrou a operação “Tempus Veritatis”. A ação ocorreu em conjunto com a Delegacia de Combate à Corrupção (DECOR/SUL), a Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Laguna e a Delegacia de Polícia da Comarca (DPCO) de Laguna.
A primeira fase da operação foi deflagrada na quarta-feira (2) e teve como alvo um sítio pertencente a um ex-agente público de Laguna. De acordo com os investigadores, o local era utilizado para ocultar expressivas quantias em dinheiro destinado à cooptação ilícita de eleitores para um determinado partido político. Apesar de os principais suspeitos terem deixado o local às pressas, alertados por um aparente vazamento de informações, a ação policial não foi em vão. Os agentes identificaram candidatos, agentes públicos e até mesmo policiais supostamente envolvidos.
Durante as buscas, foram apreendidos documentos que apontam para a possível prática de corrupção eleitoral, incluindo envelopes com valores anotados e listas com informações nominais de possíveis eleitores aliciados. Não satisfeita, a equipe da DIC intensificou o monitoramento dos veículos suspeitos de serem utilizados na distribuição ilegal de dinheiro. Na sexta-feira (4), dois veículos – já alvos da denúncia – foram abordados.
Em um dos carros, os policiais encontraram um candidato a vice-prefeito, acompanhado por um policial penal. Ainda foram descobertos dois malotes contendo R$ 18.000,00 em espécie, além de material de campanha. As evidências sugerem que esse dinheiro seria usado para a compra ilegal de votos. O segundo veículo, conduzido por um funcionário comissionado de um deputado estadual, também transportava uma quantia em dinheiro, material de campanha e, surpreendentemente, um simulacro de arma de fogo.
Já a terceira fase da operação, foi deflagrada no sábado (5), quando ocorreu o cumprimento de sete mandados de busca e apreensão em imóveis de pré-candidatos. Na ocasião, foram coletados aparelhos eletrônicos, que serão utilizados pela instrução do inquérito policial. A Polícia Civil ressalta que todos os envolvidos, incluindo os policiais implicados no esquema, já foram devidamente identificados. As investigações continuam em andamento na sede da DIC, sob a liderança do Delegado Bruno Fernandes.
O delegado Bruno Fernandes, coordenador da operação na DIC de Laguna, ressaltou a importância da ação, “a Polícia Civil é, acima de tudo, uma instituição comprometida com o Estado Democrático de Direito. Nossa missão é garantir que o processo eleitoral ocorra de forma justa e transparente, livre de influências criminosas que possam comprometer a vontade popular”.
O delegado Ricardo Kelleter, da DECOR/SUL, que trabalhou em conjunto na operação, acrescentou que “essa ação demonstra que a corrupção eleitoral não será tolerada em Santa Catarina. Estamos determinados a investigar e responsabilizar todos os envolvidos, independentemente de sua posição ou influência”.
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