Os jurados entenderam que a mulher foi negligente e que o homem agiu de forma dolosa
O julgamento do casal de cuidadores, acusado de matar um bebê de três meses enquanto a mãe venezuelana trabalhava, ocorreu nesta quinta-feira em Caçador. A sessão do Tribunal do Júri aconteceu no fórum da comarca, com base na denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), e teve mais de 12 horas de duração. O crime ocorreu em 18 de julho de 2022.
O homem foi condenado a 18 anos e oito meses de reclusão por homicídio qualificado. Segundo as investigações, ele se irritou com o choro do bebê e passou a agredi-lo, o que provou as lesões no cérebro, nas costas, na face e em outras partes do corpo. Já a mulher foi sentenciada a um ano, nove meses e 10 dias de prisão em regime aberto por homicídio culposo, pois não fez nada para impedir o ataque.
Na época, a criança chegou a ser conduzida de avião para a Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Joana de Gusmão, em Florianópolis, mas não resistiu e morreu três dias depois. A mãe do bebê assistiu ao julgamento do início ao fim, tomada por grande emoção.
O Promotor de Justiça Diego Bertoldi conduziu a acusação, apresentou as evidências colhidas ao longo das investigações, e desmantelou a tentativa da defesa de minimizar a gravidade do crime. "Quando uma vida tão jovem e indefesa é tirada de forma cruel e desumana, a dor é sentida não apenas pela mãe que sofreu essa perda irreparável, mas por toda a nossa comunidade", disse ele.
Os jurados entenderam que a mulher foi negligente e que o homem agiu de forma dolosa, imputando a ele duas qualificadoras: o motivo fútil (choro da vítima) e o homicídio contra menor de 14 anos (Lei Henry do Borel). A mulher tem hoje 22 anos, e o homem, 24.
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