A busca por fontes de energia renováveis é essencial, mas ainda encontra obstáculos regulatórios e estruturais
A segurança energética, a crise climática e as práticas ESG, ou Environmental, Social and Governance, que em português significa Ambiental, Social e Governança, estão em destaque nas discussões entre governos, concessionárias e indústrias. A busca por fontes de energia renováveis é essencial, mas ainda encontra obstáculos regulatórios e estruturais.
Para avançar nesta transição, o governo brasileiro implementou novas normas, publicadas no Diário Oficial da União em 29 de outubro, que estabelecem requisitos para a divulgação de práticas de sustentabilidade. As Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas para Divulgação de Informações sobre Sustentabilidade (NBC TDS 01 e 02), alinhadas ao IFRS S1 do International Sustainability Standards Board (ISSB), estabelecem diretrizes para que as empresas informem sobre riscos e oportunidades ligados à sustentabilidade.
A NBC TDS 01 trata da divulgação geral desses aspectos, enquanto a NBC TDS 02 foca em temas climáticos, exigindo informações detalhadas sobre emissões de gases de efeito estufa (GEE), como o CO2. Essas normas visam aumentar a transparência e o compromisso com a redução dos impactos ambientais.
Diante da necessidade de reduzir emissões de GEE, empresas brasileiras têm considerado o gás natural como uma alternativa estratégica para adequação às normas ESG. O combustível apresenta menor pegada de carbono, o que possibilita às empresas alinharem suas operações aos novos padrões regulatórios e avançarem na transição para uma matriz energética mais limpa.
Segundo Willian Lehmkuhl, gerente de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da SCGÁS, o uso de gás natural no setor industrial permite substituir combustíveis fósseis mais poluentes, como óleo combustível e carvão. “Em Santa Catarina, o uso de gás natural nos segmentos urbano, veicular e industrial tem promovido uma redução de 11%, 19% e 21% nas emissões, respectivamente”, destaca Lehmkuhl.
No Sul de Santa Catarina, por exemplo, o setor industrial de Criciúma é marcado pela força do polo cerâmico. Atualmente, as cerâmicas representam aproximadamente 44% do consumo de gás natural distribuído pela SCGÁS no estado. Essa indústria é essencial para a economia da região e inclui municípios como Cocal do Sul, Içara, Morro da Fumaça e Urussanga.
A conexão nessas cidades ocorreu logo após a entrada em operação do Gasbol, gasoduto que percorre o litoral catarinense de norte a sul. Criciúma é o maior mercado da SCGÁS e desponta como uma das principais cidades do Estado a se adaptar a uma nova matriz energética mais limpa e sustentável.
Além de seus benefícios ambientais, o gás natural também oferece vantagens econômicas, como a estabilidade tarifária e benefícios operacionais. Entre eles, a maior durabilidade dos equipamentos e a eliminação de armazenagem e transporte de combustíveis, o que contribui para a segurança e eficiência operacional.
A infraestrutura subterrânea das redes de gás natural proporciona resiliência energética, especialmente relevante em face de eventos climáticos extremos. Segundo Lehmkuhl, essa estrutura já prepara o setor para o uso futuro de gases renováveis, como o biometano e o hidrogênio, que podem contribuir ainda mais para a descarbonização.
Ao adotar o gás natural e seguir as normas NBC TDS, as empresas reduzem sua pegada de carbono e fortalecem seu posicionamento como líderes em práticas ESG. A padronização e transparência impulsionadas pelas normas são passos essenciais para consolidar uma economia de baixo carbono, fortalecendo a responsabilidade ambiental das empresas e atendendo às exigências de sustentabilidade globais.
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