Belchior já cantava em 1976 que “o passado é uma roupa que não nos serve mais” e que “o que há algum tempo era jovem e novo, hoje é antigo e precisamos todos, todos rejuvenescer”.
Essa parte da canção Velha Roupa Colorida, presente no álbum Alucinação, uma das grandes obras da Música Popular Brasileira, é com certeza um conselho certeiro para a vida. Nos apegamos ao passado, remoendo as coisas que já foram e amando aquilo que passou como se o ato de relembrar pudesse trazer de volta o que se foi ou refazer o que se quebrou.
Já diz o ditado que ninguém pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, pois na segunda vez já não é mais o mesmo rio, as águas passam. A vida é como um rio: os dias se vão, e o que foi, não volta mais, vai para o seu destino.
Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio… pois na segunda vez o rio já não é o mesmo, nem tão pouco o homem!…
Heráclito de Éfeso.
O tempo que passou, não pode mais voltar e, aquilo que aconteceu, ficou para trás. Há quem diga que é preciso fazer as pazes com o passado. Reconhecer a sua importância para chegarmos onde estamos e aceitar que tudo aconteceu como deveria ter acontecido. Assim como quando em uma trilha, olhamos para trás e podemos contemplar o caminho que nos levou até o alto do morro e descobrimos que se chegamos até aquele ponto, foi graças ao caminho que percorremos.
Aceitar e reconhecer que passou. Deixar o peso do que foi, aliviar as bagagens que sugam as nossas forças e contemplar o caminho de peito aberto e queixo erguido é a melhor forma de seguir.
Cinema
Os lançamentos do cinema e do streming, dicas de filmes, livros e séries, notícias e opinião sobre a cultura popular do Brasil e do mundo sob o olhar de um publicitário e apaixonado por entretenimento.