Tem quem diga que sexo é só uma necessidade fisiológica. Algo mecânico, biológico, sem necessidade de envolvimento. Mas será mesmo?
O desejo pode até ser instintivo, mas o sexo, para ser verdadeiramente bom, precisa ser mais do que um encontro de corpos. Precisa de entrega, sintonia, respeito. E, acima de tudo, precisa ser desejado por ambas as partes.
Consentimento não é apenas um “sim” dito da boca pra fora. É um “sim” de corpo inteiro, de alma inteira. É quando os olhos brilham, a respiração acelera e o toque é bem-vindo. É quando não há medo, nem dúvida, nem obrigação. É quando o prazer é compartilhado, e não imposto.
E o sentimento? Ah, esse faz toda a diferença. Não precisa ser amor eterno, promessa de aliança no dedo ou juras de um “felizes para sempre”. Mas precisa, ao menos, de respeito e consideração. Sexo sem sentimento vira um ato vazio, um prazer que dura segundos e deixa um eco de nada logo depois.
O que torna o sexo inesquecível não é só a técnica, mas a conexão. É a liberdade de ser e sentir sem medo. É o toque que arrepia, o beijo que diz “te quero”, a respiração que se mistura. É o desejo mútuo, o respeito absoluto e a vontade de estar ali – e não em qualquer outro lugar.
Sexo bom não é só pele, é pele com verdade. Não é só fogo, é fogo com carinho. Não é só desejo, é desejo com escolha. E, acima de tudo, é sempre com consentimento.
Sexóloga
Sexóloga, especialista em relacionamentos, professora de artes sensuais, ativista no combate à violência doméstica, colunista social e comunicadora de tv e rádio.