Ser amante é trocar a vida por migalhas.
É viver à sombra de uma história que nunca será sua. É se alimentar de promessas vazias, de encontros clandestinos, de mensagens apagadas às pressas. É dormir e acordar com a esperança de um futuro que nunca chega, enquanto o presente escorre pelos dedos.
Ser amante é se enganar e, ao mesmo tempo, ajudar a enganar. É fazer parte de um jogo onde sempre há um perdedor – e, no fim, talvez todos percam. O traído, que desconhece a verdade. O traidor, que se afunda na própria mentira. E o amante, que aceita ser pedaço quando poderia ser inteiro.
É um papel que começa como aventura e se transforma em prisão. O desejo proibido, a adrenalina do segredo, tudo isso um dia dá lugar ao vazio de não ser prioridade. De esperar ligações que não vêm, de ver datas importantes passarem sem celebração, de ocupar apenas os espaços vagos na agenda e no coração do outro.
Ser amante é aceitar menos do que se merece. É permitir que o amor – ou o que se acredita ser amor – seja furtivo, escondido, incompleto. É viver na ilusão de que um dia será diferente, quando a verdade é que, se alguém realmente quisesse estar ao seu lado, já estaria.
A vida é curta demais para ser o segredo de alguém. Quem ama de verdade não esconde, não divide, não deixa para depois. Quem ama de verdade escolhe.
E quem se ama… não aceita ser amante.
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Sexóloga
Sexóloga, especialista em relacionamentos, professora de artes sensuais, ativista no combate à violência doméstica, colunista social e comunicadora de tv e rádio.