Há um mundo secreto que começa quando a porta se fecha. Um universo inteiro que pulsa no escuro do quarto — e não, não é só sobre o corpo. É sobre a alma despida de censuras. É sobre as fantasias.
Fantasias não são promessas de indecência, como muitos pensam. São convites. À entrega. À descoberta. Ao brincar de ser outro, ou de se encontrar em um eu que só ousa nascer sob a penumbra e a cumplicidade de um olhar.
Há quem deseje ser dominado, outros preferem o comando. Uns se encantam com uniformes, outros com pés. Tem quem deseje ser visto, quem prefira ser escondido. Há quem sonhe com a seda nos olhos, outros com a ousadia da voz firme. Nenhum é mais estranho do que o outro. Nenhum é menos digno.
O fetiche é, muitas vezes, uma forma de liberdade. É o grito do desejo pedindo para viver. É a alma dizendo: “quero ser tocada de um jeito novo”. E quem se permite escutar esse grito, com respeito e entrega, vive mais inteiro. Mais conectado.
Claro, tudo com consentimento. Com diálogo. Com afeto. Porque o fetiche não é sobre performance — é sobre intimidade. Sobre verdade. Sobre deixar que o outro nos veja onde normalmente escondemos.
E cá entre nós: que sorte a nossa viver em tempos onde se pode falar disso com menos vergonha e mais curiosidade. Fantasias não são inimigas do amor. São aliadas da paixão. E quando bem vividas, elas não afastam. Aproximam. Intensificam. Aquecem.
Porque no fim, o que todo mundo quer mesmo é ser aceito com seus desejos. E amar — com tudo o que se é.
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Sexóloga
Sexóloga, especialista em relacionamentos, professora de artes sensuais, ativista no combate à violência doméstica, colunista social e comunicadora de tv e rádio.