Ação nacional do Gaeco cumpre 21 mandados e apreende materiais de apologia ao nazismo e armas brancas.
Foto: Divulgação O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (31), a Operação Nuremberg, voltada ao combate de um dos maiores e mais violentos grupos neonazistas do Brasil. A ação cumpre 21 mandados de busca e apreensão, sendo dois em Santa Catarina, nos municípios de Cocal do Sul e Jaraguá do Sul, além de ordens judiciais em São Paulo, Paraná e Sergipe.
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o grupo é investigado por promover discursos de ódio, antissemitismo, apologia ao nazismo e planejar atos violentos em diversas regiões do país. Durante as buscas, foram apreendidos materiais de apologia ao nazismo, além de armas brancas, como uma faca e um soco-inglês.
As investigações apontam que os integrantes mantinham encontros presenciais regulares, nos quais discutiam ideologias neonazistas, e se autodenominavam “skinheads neonazistas”. O grupo utilizava o símbolo do “Sol Negro”, associado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana, representado com a figura de um fuzil AK-47 no centro.
Conforme o MPSC, os membros possuíam estrutura hierárquica, com fichas de ingresso, mensalidades obrigatórias, camisetas personalizadas e contribuições financeiras destinadas a manter atividades e materiais de propaganda. Também foi constatado que parte dos investigados atuava na produção e difusão de conteúdos extremistas em fóruns virtuais, utilizando perfis falsos.
A Operação Nuremberg contou com apoio dos Ministérios Públicos de São Paulo, Sergipe e Paraná, além da Polícia Civil paulista. O nome faz referência aos Julgamentos de Nuremberg, realizados após a Segunda Guerra Mundial, que se tornaram um símbolo da responsabilização por crimes de ódio e intolerância.
O MPSC informou que as investigações seguem sob sigilo, e novas informações poderão ser divulgadas assim que houver a publicidade dos autos.