A decisão ocorreu nessa quinta-feira (21) na 1ª Vara Criminal de Araranguá. Somadas, as penas ultrapassam 100 anos de detenção
Dez pessoas foram condenadas pela 1ª Vara Criminal de Araranguá pela venda irregular de lotes em um empreendimento imobiliário. A decisão ocorreu nessa quinta-feira (21). Somadas, as penas ultrapassam 100 anos de prisão. O caso foi investigado pela Polícia Civil de Araranguá.
O inquérito policial, finalizado em março de 2023, apontou que um casal de empresários, sócios-proprietários de uma incorporadora do município, auxiliados por familiares, teria firmado contratos de parceria com proprietários de terrenos de Araranguá entre os anos de 2016 a 2022, visando à implementação de oito loteamentos.
Sem os devidos registro no cartório de imóveis e projetos aprovados pela prefeitura, os réus passaram a vender, mediante a amostra de mapas, frações de terrenos de forma duplicada a vários moradores do município de Araranguá e região. Na maioria das vezes, as vendas contaram com o intermédio de terceiros, corretores de imóveis e não corretores, que, segundo constatado na investigação, também tinham conhecimento da irregularidade do empreendimento.
O casal foi quem recebeu a maior condenação. O homem foi sentenciado a 63 anos e 11 meses e a mulher a 21 anos e 9 meses. Durante as investigações descobriu-se que os empresários causaram um prejuízo estimado em quase R$ 19 milhões aos compradores, mediante a venda de 347 terrenos em duplicidade a 150 compradores.
Eles e os demais envolvidos foram acusados de cometer os crimes de parcelamento irregular do solo urbano, estelionato, exercício ilegal da profissão e contravenções contra as incorporações imobiliárias.
“As investigações revelaram um esquema que, ao longo dos anos, lesou diversas vítimas. A Polícia Civil desempenhou um papel crucial ao conduzir diligências que incluíram análise de documentos, oitivas de testemunhas e mapeamento de transações financeiras. Com base nos relatórios policiais, o Ministério Público de Santa Catarina formalizou a denúncia, evidenciando a prática de crimes de estelionato e outras infrações correlatas”, diz uma nota publicada pela Polícia Civil.
“O processo, que envolveu múltiplos réus, teve desdobramentos relevantes, incluindo depoimentos de dezenas de vítimas e a realização de audiências que consolidaram o conjunto probatório. A sentença reconheceu a responsabilidade penal dos acusados, destacando o impacto social e financeiro do esquema”, acrescenta a manifestação da polícia.
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