Mulher que vive na localidade onde veículo caiu diz que não consegue mais ouvir com tranqulidade o som dos balões
A queda do balão com 21 pessoas em Praia Grande (SC) mudou a vida de moradores antes acostumados a apreciar o céu colorido pelos veículos movidos a ar quente. Nesta segunda-feira (21), um mês após o acidente que deixou oito mortos nas proximidades da comunidade de Cachoeira de Fátima, alguns ainda evitam olhar para o alto.
O que antes era encantamento, hoje é silêncio e apreensão. Tanto que um dos relatos mais impressionantes daquele 21 de junho vem de uma moradora que prefere não se identificar.
A mulher conta que escovava os dentes quando uma pessoa despencou do céu e caiu no quintal da casa dela. Além do susto, ela mal conseguiu descrever o que sente até hoje ao lembrar o barulho do balão em queda livre passando próximo de onde mora. O som era semelhante a uma turbina de avião, contou.
A vítima que despencou no quintal era o patinador artístico Leandro Luzzi, de 35 anos, que estava na cidade para realizar o sonho de voar de balão. Quatro pessoas morreram carbonizadas e outras quatro, incluindo Leandro, decidiram pular da estrutura, mas não resistiram aos ferimentos.
Após o acidente, todos os voos na cidade foram suspensos, e as dezenas de empresas que atuam na região só puderam retomar as atividades na manhã de 2 de julho. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que vai atualizar regras para viagens de balões tripulados no Brasil.