Medida atinge itens como café, carnes e frutas, enquanto governo brasileiro anuncia plano de apoio e inicia negociações para minimizar impactos
Entraram em vigor nesta quarta-feira (6) as novas tarifas de 50% aplicadas pelos Estados Unidos (EUA) sobre uma parte das exportações brasileiras. A medida, determinada pelo presidente Donald Trump, atinge quase 36% dos produtos enviados aos EUA, com destaque para alimentos como café, carnes e frutas. Cerca de 700 itens foram poupados da taxação, incluindo combustíveis, suco de laranja, fertilizantes, minérios e aeronaves.
Apesar de manter superávit na balança comercial com o Brasil, os EUA decidiram ampliar as tarifas como parte de uma estratégia mais ampla de proteção econômica, que visa conter o avanço de potências como a China. A mudança também é vista como resposta política a decisões recentes do governo brasileiro e à repercussão internacional do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu afirmando que não quer desafiar os Estados Unidos, mas que o Brasil não pode ser tratado como uma “republiqueta”, e defendeu o uso de moedas alternativas ao dólar em negociações internacionais.
Nos bastidores, representantes dos dois países já deram início às conversas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou a possibilidade de incluir minerais estratégicos como terras raras nas tratativas, apontando que os Estados Unidos dependem de parceiros externos nesse setor. Ele também afirmou que o café pode ser retirado da lista de produtos tarifados, especialmente após a China liberar, no mesmo dia da sanção americana, a exportação de café por 183 empresas brasileiras.