Setor pesqueiro já contabiliza perdas antes mesmo das tarifas começarem a valer
O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 50% todos os produtos brasileiros causa preocupação ao setor da pesca extrativista catarinense. Mesmo antes de 1º de agosto, data anunciada para o início da nova taxação, o setor já contabiliza perdas.
Apenas uma das empresas de Itajaí que têm como foco a exportação cancelou o carregamento de 12 contêineres. Para um deles, que chegará ao destino depois de 1º de agosto, o valor da tarifa ficou em metade do valor da mercadoria.
A informação foi divulgada pelo Sindipi (Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região). O órgão informou que, com o mercado da União Europeia fechado para o Brasil desde 2018, os Estados Unidos se consolidaram como o principal mercado das exportações de pescados.
Nesta segunda-feira (14) o Sindipi encaminhou ofício ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e ao Palácio do Planalto solicitando esforços para solução do impasse causado pelo tarifaço dos EUA, assim como a abertura de novos mercados para o pescado brasileiro.
Em Santa Catarina, grande parte das exportações são oriundas de cidades como Itajaí e Navegantes, no Litoral Norte.
De acordo com dados da Balança Comercial e Estatísticas de Comércio Exterior, em 2024 Santa Catarina exportou cerca de 40 milhões de dólares em pescado. Desse montante, cerca de 13 milhões de dólares foram para os Estados Unidos.
Na avaliação do presidente do Sindipi, Agnaldo Hilton dos Santos, a revisão da medida e a abertura de novos mercados são urgentes.
“Um mercado que representa mais de 33% das exportações catarinenses não pode ser ignorado”, alerta o presidente do sindicato, que é hoje o maior sindicato patronal de pesca da América Latina.
